sexta-feira, 27 de maio de 2011

Como somos frágeis!



Olá meus fiéis seguidores,
Desculpe a falta de atualização no blog, mas é que a vida anda corrida.
Mas mesmo com toda a correria, este fato não pode passar em branco. Foi uma lição de vida para mim.
Domingo passado fui fazer trilha de bike em um reflorestamento que fica entre São Paulo e Jundiaí, carinhosamente chamado de “Reflora”. Foram comigo um amigo (vou chamá-lo de Hélio) e o amigo dele que vou chamar de “João” para não revelar suas identidades. 
O dia estava perfeito...  nem quente nem frio...  nem seco nem úmido, os três andando no mesmo ritmo, bom papo...! 
Já estávamos no terceiro quarto da trilha quando pegamos uma descida (para quem conhece o Reflora, é a subida depois da portaria, mas neste dia estávamos descendo ao invés de subi-la). Hélio ia um pouco mais a frente e então vínhamos eu e o João, quase juntos, a uma velocidade alta, no limite da segurança (pelo menos é o que imaginávamos).
O terreno estava com muitas pedras soltas e o que é pior, elas tinham diferentes tamanhos fazendo com que a bike ficasse muito instável. No meio da descida escutei o João gritando e pensei comigo mesmo, “Caiu!”. Consegui parar uns 20 metros mais a frente e olhei para trás. Vi João se levantando e arrumando a bike. Voltei para ajudá-lo e perguntei se estava tudo bem, ele disse que sim, mas quando olhei bem foi que vi o tamanho do estrago!
Um galho atingiu a face dele, atravessando a bochecha e bem,... não vou entrar em mais detalhes sobre o ferimento pois o foco desse relato não é esse. 
Como João estava bem, resolvemos que o Hélio iria buscar o carro e nos encontraria na rodovia e eu iria acompanhando o João até o ponto de encontro. Assim que o Hélio saiu, João e eu fizemos os primeiros socorros e seguimos em frente até o local combinado.  Apesar de eu estar muito preocupado, tentei manter a calma e desviar o assunto para outras coisas. Por incrível que pareça, o João ainda conseguia falar.
Resumindo, No final tudo ficou bem. Encontramos o Hélio no ponto combinado e eles foram para o hospital. João teve de fazer uma cirurgia plástica muito delicada e ficou três dias internado, mas está bem graças a Deus.
Depois de tudo e mais calmo,  comecei a refletir sobre o ocorrido e formulei algumas perguntas e respostas e cheguei a uma conclusão:
E se o galho tivesse atingido uma região 5 cm mais acima?
Na melhor das hipóteses, hoje João estaria cego de um olho.
E se o galho tivesse atingido uma região 5 cm mais abaixo?
Se tivesse atingido o pescoço, ele teria morrido!
E se ele não conseguisse sair de lá por conta própria?
O resgate seria muito difícil e demorado e se ele não estivesse bem, correria risco de vida.
O que causou a queda?
Impossível saber. De uma coisa eu tenho certeza, não foi imperícia porque ele é um bom biker.
Estávamos andando a 100% de nossas habilidades?
Eu estava.
Poderia ter acontecido comigo?
Sim, com qualquer um naquelas condições.
E se estivéssemos mai devagar?
O acidente não teria sido tão grave. Provavelmente, nem teria acontecido.
E é aí que quero chegar!
Em minha opinião, o ímpeto de fazer as coisas no limite de nossas reservas, sejam elas emocionais, físicas, ou técnicas, algumas vezes desnecessariamente arriscando a própria vida, é inerente ao ser humano moderno e difícil de mudar.
Mas às vezes, quando acontece algo grave como o que descrevi acima, enxergamos que podemos por o pé no freio um pouco e continuar fazendo as mesmas coisas, só que um pouco mais devagar! E isso vale para tudo: lazer, relacionamentos, trabalho, vida social...
Somos muito frágeis para continuar andando sempre com o pé embaixo!